21 outubro 2007

COPOM x Crescimento

A semana foi tomada pela já habitual discussão mensal sobre a decisão do COPOM, manteriam ou aumentariam a CELIC?
De um lado os defensores da redução dos juros em prol do crescimento econômico. De outro, os defensores de uma política mais cautelosa pela estabilidade de preços.
Os economistas, não raro, se acham revestidos de um conhecimento que lhes dá ares superiores e muitas vezes misteriosos. Dominadores e doutos da Ciência Econômica têm todos uma única opinião consensual – entre si, não concordam em nada!
O COPOM em última instância está atento às metas de inflação e, portanto buscando mantê-la dentro do esperado. E aí já começa a discussão. Tomam-se decisões exclusivamente em relação a política monetária e mais especificamente em relação às metas de inflação. O “foco” do BC acaba por desconsiderar outras necessidades do país. Imagine um médico que diz ser responsável apenas pelo controle da febre, sem tomar conhecimento do estado geral do paciente. Se ele estiver em processo de inanição ou aneroxia, isso não importa a esse médico, não é função dele... Assim é o BC, não tem maiores preocupações com o Brasil como um todo. Em crescente pujança ou aneróxico? Não importa isso não é com ele.
De qualquer forma, o ponto central da decisão do COPOM, a eventualidade de uma inflação de demanda nem de longe é unanimidade entre os economistas. Acreditam alguns que o Brasil pode crescer até 4,5% sem qualquer aceleração da inflação. Afinal o IPCA de setembro de 0,18% não pode assustar ninguém. Entretanto, é bom ressaltar que já existe gente falando que, dado o volume atingido, o financiamento de veículos novos e usados vai ser o nosso sub-prime.
Infelizmente o Brasil insiste em andar na contramão da economia mundial. A manutenção da taxa SELIC, pode ser ainda mais perversa aos anseios do setor produtivo, caso o Federal Reserve – FED, Banco Central norte-americano resolva, como é provável, cortar ainda mais a taxa de juros norte-americana. Teríamos nesse caso, uma supervalorização do real frente à moeda americana com prejuízos consideráveis ao setor produtivo nacional. Uma verdadeira inundação de dólares.
A quem isso interessa?

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